terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Na Arte: A proposta triangular: o fazer, o apreciar e o contextualizar

A postura metodológica que melhor se coaduna com a pedagogia transformadora e libertadora da arte é a metodologia triangular, fundamentada em propostas de ensino que incluem as quatro disciplinas básicas: história da arte, crítica, estética e produção artística, que sustentam os três eixos da metodologia triangular: fazer artístico (Produção artística), leitura da obra de arte (Crítica e Estética) , contextualização da obra de arte ( História da arte).

Não devemos tratar os três eixos como um rol de técnicas a serem abordadas
O fazer artístico possibilita desenvolver um processo próprio de criação. De modo geral, não deve estar baseado na simples imitação de modelos propostos, mas no desenvolvimento da criatividade do educando, dando plena vazão à sua expressividade nas mais diversas linguagens. Deve enfatizar o exercício das faculdades da percepção, fantasia e imaginação criadora do aluno.

O apreciar é desenvolvido através de exercícios de observação da própria produção do aluno, da leitura de obras de arte, assistindo espetáculos teatrais, de música, de dança, na troca de experiências, nas discussões de assuntos relativos à arte, dos meios de comunicação e do mundo social em que a pessoa está inserida.
A apreciação estética deverá desenvolver o senso crítico do educando. O critério usado para a apreciação estética deve sempre partir da realidade vivenciada pelo aluno, de seus conhecimentos prévios e de sua experiência no cotidiano. A obra de arte em processo de apreciação adquirirá um conteúdo expressivo para o educando, despertando-lhe o interesse pela mesma, que é mestra para o desenvolvimento estético dos indivíduos.

O contextualizar a história da arte não deverá ser concebido como mero repositório de fatos passados, mas como um processo contínuo, vivo, orgânico e dialético que focaliza, em dado momento histórico o registro do sentimento estético e da visão do artista diante dos acontecimentos que o envolvem ou o envolveram.
Conhecendo a história da arte, o aluno poderá estabelecer relações mais profundas com a produção artística, possibilitando assim intervir e reinventar a sua obra.
O educando deverá relacionar-se com a arte de diversas épocas e estilos, conhecendo os diferentes elementos que entraram em sua composição, construindo um conhecimento teórico-prático sobre o assunto.
Pressupostos desta metodologia:

- o conhecimento em arte se dá na intercessão da experimentação, da codificação e da informação.
- a cognição em arte emerge do envolvimento existencial e total do aluno.
- o importante é desenvolver a capacidade de formular hipóteses, julgar, justificar e contextualizar julgamentos acerca das linguagens artísticas.
- uma sociedade só é artisticamente desenvolvida quando, ao lado de uma produção artística de alta qualidade, há também uma alta capacidade de entendimento desta produção pelo público.
- sem conhecimento de arte e história não é possível a consciência de identidade nacional.
- cada geração tem o direito de olhar e interpretar a história de uma maneira própria, dando a ela um novo significado.
- só um fazer consciente e informado torna possível a aprendizagem em arte.
A metodologia triangular resgata a criação contida em cada uma das etapas: a do fazer e a do ler obras de arte ampliadas através do compreender histórico e postura que a experiência consciente nos torna aptos para a compreensão da articulação da arte enquanto produção, percepção e apreciação.

Interdisciplinaridade e Arte

O professor é o profissional que constrói o conhecimento tendo a pesquisa como
prática educativa, correndo atrás da renovação e atualização para fazê-lo com
competência.
Sabemos que os nossos conhecimentos são enriquecidos partindo do que já
conhecemos e, podemos socializar conhecimento transmitindo e reconstruindo. Temos o
compromisso de fazer o aluno aprender através de conhecimento e da prática e a
melhor maneira de fazer com que isso aconteça é através da interdisciplinaridade.
Desde sempre a área de artes tem sido posta em segundo plano dentro da
importância no currículo escolar, sendo vista por muitos coordenadores ( e
consequentemente pelos alunos ) como um tipo de “relax” ou “momento de lazer”, onde se
fazem “desenhinhos “ , se “ilustram “ acontecimentos ou se fazem “ presentinhos “para
datas especiais (...). Mesmo em muitos estabelecimentos onde se trabalha com projetos,
muitas vezes a arte aparece como mera coadjuvante, ilustrando temas ou coisa parecida.
O que precisamos saber é que a arte pode ser parte integrante real e
enriquecedora da interdisciplinaridade da escola, podendo funcionar de forma ampla,
acrescentando informações e aumentando o conhecimento do aluno.
Podemos testemunhar com firmeza que isto é possível de se fazer, tendo como base
o nosso trabalho aqui no N.E.I., neste curto espaço de tempo em que estamos engajados
nesta experiência fundamentada na Escola da Ponte, neste primeiro semestre de 2006.
Temos assistido a um crescer de conhecimento pelos alunos que buscam através da
pesquisa e do trabalho em grupo, onde um aprende com o outro .O aluno torna-se autor
do seu próprio conhecimento e o professor não é mais o transmissor de conhecimento mas
sim , facilitador da aquisição do mesmo, motivando, inovando e propondo desafios
relacionados a sua área ,integrada às outras, lembrando sempre que a vontade de aprender
nada mais é do que o desafio de conhecer.
Assim, é possível que se aprenda Arte Moderna e se conheça a Semana de Arte
Moderna através de um projeto com tema da área de História (ex. : Santos Dumont ) ou
se aprenda sobre a arte da Fotografia e se conheça o fotógrafo Sebastião Salgado , assim
como se fique engajado com problemas sociais da atualidade do Brasil e do mundo,
através de um projeto de Ciências (ex : Oswaldo Cruz ) ou mesmo criando a decoração do
espaço escolar e ressalte o patriotismo confeccionando pingente, de acordo com esquema
geométrico através de um projeto da área de Esportes ( ex : Edson Arantes do Nascimento
– Pelé )... e assim por diante... A curiosidade leva à pesquisa e consequentemente
aumenta o conhecimento, lembrando que nada restará de um ensino só baseado em
conteúdos aprendidos no ensino fundamental e médio que logo mais serão esquecidos e se
tornarão desnecessários. Mas, quem aprende a estudar, a pesquisar e a pensar e quem
se sente desafiado a aprender carrega esse patrimônio até o fim da vida, e não apenas
da vida acadêmica. Não podemos mais viver a escola como quando éramos crianças.
Afinal de contas, estamos no século XXI.

Origami na Sala de Aula

As brincadeiras muitas vezes não são bem aceitas na escola, isso porque temos uma visão de que os conteúdos escolares só devem ser trabalhados com os alunos presos na sala de aula, sentados em suas carteiras, prontos para receberem as informações dos professores.
Às vezes as escolas querem inovar, mas a cobrança dos pais é grande, no sentido da conduta, da disciplina, até porque os mesmos não estão cumprindo com seu papel, transferindo a educação assistemática como sendo uma responsabilidade da escola.
Aproveitando essa visão, é claro que a escola irá auxiliar no processo educativo dos alunos, mas é importante que haja a compreensão e o respeito por parte dos pais pela proposta pedagógica da instituição.
Juntar conteúdos escolares com atividades prazerosas é a melhor forma de envolver os alunos no processo de aprendizagem. Para isso, inovar é preciso!
Porque não colocar no currículo escolar atividades que ajudem os alunos a crescerem como pessoas, aprendizagens que fiquem por toda sua vida? Esse é o principal papel da escola, da educação.
Assim, trazemos aqui uma oficina de artes em origami que pode ajudar a melhorar a concentração dos alunos, a descobrir seus talentos, desenvolver a criatividade, além de trabalhar os conteúdos escolares, o lado cultural – que em razão da modernidade não é muito bem aceito pelos jovens.
O origami é uma arte milenar japonesa, onde são criadas figuras através das dobraduras em papel. Essa cultura milenar era transmitida de geração em geração, numa época em que o povo japonês não desperdiçava nada, mas reutilizava até as sobras de papel.
Com isso, a arte do origami ganhou espaço e suas técnicas foram sendo divulgadas por todo o mundo; livros explicativos foram escritos, imagens do passo a passo para se montar uma figura foram criadas e, aos poucos, a arte japonesa chegou a todos os cantos do planeta.
Desenvolver um projeto através da técnica do origami é uma divertida atividade, onde professores e alunos poderão trabalhar vários aspectos dessa cultura.
Em história, é possível fazer um estudo do surgimento da arte, das técnicas desenvolvidas, como as mesmas não se perderam ao longo do tempo, enfim, tratar os assuntos históricos do origami, inclusive associando as guerras em que o país esteve envolvido, os prejuízos que sofreram com a bomba atômica, etc.
O aspecto físico do país será trabalhado em geografia, para dar suporte aos conceitos históricos, além de mostrar as mutações sofridas ao longo dos anos, traçando paralelos com o Japão de hoje.
Em ciências, tratar os problemas sociais sobre meio ambiente e preservação, afinal, a celulose que dá origem ao papel é extraída das árvores. É necessário que se faça um trabalho de conscientização da preservação da natureza. Além disso, muitas imagens criadas no origami estão relacionadas a elementos da natureza, como plantas e animais.
Em língua portuguesa, podem ser desenvolvidos os trabalhos de pesquisa, com avaliações acerca dos textos elaborados pelos alunos, atribuindo-lhes a responsabilidade pela gramática, ortografia e sequência lógica dos relatos. O professor pode propor também redações onde os alunos relatem o que estão trabalhando em cada disciplina, deixando espaço para as opiniões pessoais.
Em matemática, podem ser trabalhados os conceitos de geometria, reta, linearidade, pontos, vértices e, se os alunos foram de séries mais avançadas, é possível trabalhar ângulos e axiomas, propostos em estudos feitos pelo matemático Humiaki Huzita, mais conhecidos como axiomas Huzita-Hatori.
Com certeza, será um trabalho que atingirá sucesso, pois todo o grupo estará envolvido com uma temática interessante e prazerosa. Além disso, para os professores será uma ótima oportunidade de desenvolver um trabalho interdisciplinar, mostrando que o envolvimento das disciplinas pode garantir a qualidade da informação e da formação.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Currículo na Arte

http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/minicursos/videos/video18.html

O currículo e o Ensino Fundamental na ARTE

A presente proposta curricular de ensino de Arte (Artes Visuais, Dança, Música e Teatro) para o Ensino Fundamental no Estado de Minas Gerais foi elaborada de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) – Arte, guardando as características e a realidade educacional deste Estado. É fruto da contribuição de inúmeros professores das escolas da Rede Estadual de Ensino, que, ao longo de 2004 e 2005, discutiram suas bases e propuseram, junto à equipe elaboradora, ajustes nas tarefas do Programa de Desenvolvimento Profissional (PDP) e no fórum do Centro de Referência Virtual do Professor (CRV).

Os dados registrados foram analisados e foi considerada a carga horária obrigatória definida pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais para a disciplina Arte no segundo segmento do ensino fundamental, ou seja, 40 horas/aula em cada série, perfazendo 160 horas.
 
 
Indica-se que a escola abra espaços para atividades artísticas em outros momentos curriculares, orientadas por professores e profissionais especialistas, dentro de suas possibilidades.

A área de conhecimento ARTE é ampla e engloba para fins de estudo, no ensino fundamental, quatro áreas específicas: Artes Visuais, Dança, Música e Teatro. Para cada uma delas, é necessário um professor especialista e condições mínimas de infra-estrutura para que seu ensino seja significativo. Fica claro que é extremamente desejável que sejam feitos projetos conjuntos integrados, desde que o conhecimento específico de cada área de expressão seja construído.

Ao elaborar esta proposta, duas ordens de preocupações se evidenciaram:
  
 
  • inserir o ensino da arte de forma que a criação ordenada e ordenadora contribua para o desenvolvimento integral dos jovens, enriquecendo todo indivíduo que dela fizer uso;
  • propor um programa exeqüível, disposto de maneira simples, mas capaz de sintetizar em diferentes módulos as inúmeras possibilidades da criação artística frente às novas tecnologias disponíveis no mundo contemporâneo.

Os conteúdos foram pensados e estruturados visando à construção de conhecimentos que devem fazer parte da vida de todo ser humano. Possuem unidade conceitual, que não é seriada e que permite ao professor iniciar o entendimento da arte a partir de qualquer um dos tópicos. Permite, ainda, a expansão do conhecimento pela criação de redes de informação em arte.

A avaliação, neste currículo, será de metodologia formativa, visando à construção de conhecimentos durante todo o processo pedagógico e abrangendo as diversas áreas (a factual, a conceitual, a comportamental e a atitudinal) de maneira integrada. Pretende-se, assim, obter não só dados quantitativos, mas principalmente qualitativos, de forma a poder, constantemente, reformular e re-significar tanto conteúdos quanto ações.
 

RAZÕES PARA ENSINAR ARTE

Arte é a oportunidade de uma pessoa explorar, construir e aumentar seu conhecimento, desenvolver suas habilidades, articular e realizar trabalhos estéticos e explorar seus sentimentos.

O ensino de Arte deve possibilitar a todos os alunos a construção de conhecimentos que interajam com sua emoção, através do pensar, do apreciar e do fazer arte.
Produzindo trabalhos artísticos e conhecendo a produção de outras pessoas e de outras culturas, o aluno poderá compreender a diversidade de valores que orientam tanto os seus próprios modos de pensar e agir quanto os das sociedades. É importante que os alunos compreendam o sentido do fazer artístico, ou seja, entendam que suas experiências de desenhar, pintar, cantar, executar instrumentos musicais, dançar, apreciar, filmar, videografar, dramatizar etc. são vivências essenciais para a produção de conhecimento em arte. Ao conhecer e fazer arte, o aluno percorre trajetos de aprendizagem que propiciam conhecimentos específicos sobre sua relação com a própria arte, consigo mesmo e com o mundo.
Não basta porém que a Arte esteja inserida nos currículos escolares. É necessário saber como é concebida e ensinada e se como expressa no contexto de cada região. É necessário, também, estarmos conscientes de seu significado para o indivíduo e a coletividade e sabermos se os alunos possuem as condições adequadas para a fruição e/ou prática da expressão artística, sem as amarras de um conceito de Arte tradicionalista e conservador, fundamentado em parâmetros descontextualizados da realidade dos alunos.

É sabido que, dentre as áreas de conhecimento que contribuem para incitar o pensamento, a arte ocupa um lugar de destaque. Nela, o estudo-ação está sempre presente, pela própria obrigatoriedade da especulação constante, pois tanto o artista quanto o estudioso ou o fruidorlançam mão do pensamento para executar ou analisar a obra de arte.

Fazer arte é descobrir e descobrir-se, pois, juntamente com os sons, as imagens os gestos e/ou os movimentos, coexiste a emoção que está sempre presente nesses sons, nessas imagens, nesses gestos e/ou movimentos.

Ensinar Arte significa, portanto, possibilitar experiências e vivências significativas em apreciação, reflexão e elaboração artística. 
Entendendo o ensino de Arte como agente transformador e formador do cidadão, estão elencados objetivos, onde estão contempladas a memória do patrimônio cultural, novas e possíveis leituras do mundo por meio de sons, imagens e movimentos e o entendimento da sociedade por meio de atividade práticas de pesquisa, criação e fruição em arte. Estabelece-se a contextualização desses objetivos, conteúdos e estratégias, respeitando as ações individuais e coletivas em diferentes comunidades, resguardando sempre seus valores culturais e patrimoniais.
Nesse sentido, é necessário que o ensino de arte esteja presente durante toda a vida escolar do aluno, em todas as séries.

É necessário o planejamento e a experimentação em sala/escola/comunidade para que, em sua prática diária, os educadores possam, a partir da flexibilidade do projeto, ajustar tal proposta às necessidades da comunidade onde a escola está inserida.

DIRETRIZES NORTEADORAS PARA O ENSINO DE ARTE


As propostas de estratégias a serem desenvolvidas permitirão ao aluno, de uma forma geral, o contato com as expressões artísticas através da apreciação, do fazer e da contextualização. Devem proporcionar, sempre, a vivência e a reflexão em arte, que deverão se expandir para diferentes áreas do conhecimento.

Para isso, é necessário que o professor tenha uma base de conhecimento que lhe possibilite a amplidão de pensamento, tanto para conhecer os caminhos trilhados por seus alunos quanto para propiciar momentos significativos que possibilitem encontrar novos processos individuais e coletivos. Caso isso não seja possível, aconselha-se que o professor solicite cursos de capacitação ou lance mão do conhecimento de outros membros da comunidade que possam participar como agentes informadores, num primeiro momento. Ao longo do tempo, a escola deve se programar para ter professores capacitados em todas as áreas artísticas.
É fator importante equipar a escola com sala ambiente para desenvolver as aulas de Arte, bem como criar espaço físico para a realização de projetos. Há também a necessidade de realizar visitas a museus, galerias, ateliês, ensaios de grupos de dança, peças teatrais, concertos e bandas musicais, apresentação de corais, espetáculos e outros, no intuito de proporcionar vivências significativas no ensino de arte.

OBJETIVOS DO ENSINO DE ARTE
1. Reconhecer a arte como área de conhecimento autêntico e autônomo, respeitando o contexto sócio-cultural em que está inserida.
2. Apreciar a arte nas suas diversas formas de manifestação, considerando-a elemento fundamental da estrutura da sociedade.
3. Compreender a arte no processo histórico, como fundamento da memória cultural, importante na formação do cidadão, agente integrante e participativo nesses processos.
4. Proporcionar vivências significativas em arte, para que o aluno possa realizar produções individuais e coletivas.
5. Conhecer e saber utilizar os diferentes procedimentos de arte, desenvolvendo uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal, relacionando a própria produção com a de outros.
6. Respeitar as diversas manifestações artísticas em suas múltiplas funções, identificando, relacionando e compreendendo a arte como fato histórico contextualizado nas diversas culturas.
7. Conhecer, respeitar e poder observar as produções presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio cultural e do universo natural, identificando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos de diferentes grupos culturais.
8. Conhecer a área de abrangência profissional da arte, considerando as diferentes áreas de atuação e características de trabalho inerentes a cada uma.

No Ensino Fundamental, de acordo com os PCN, o ensino de Arte deve organizar-se de modo que os alunos sejam capazes de:

 experimentar e explorar as possibilidades de cada expressão artística;
• compreender e utilizar a arte como expressão, mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a investigação, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas;
• experimentar e conhecer materiais, instrumentos e procedimentos artísticos diversos em arte (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), de modo que os utilize nos trabalhos pessoais, identifique-os e interprete-os na apreciação e contextualize-os culturalmente;
• construir uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, sabendo receber e elaborar críticas;
• identificar, relacionar e compreender a arte como fato histórico contextualizado nas diversas culturas, conhecendo, respeitando e podendo observar as produções presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio cultural e do universo natural, identificando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos de diferentes grupos culturais;
• observar as relações entre a arte e a realidade, refletindo, investigando, indagando, com interesse e curiosidade, exercitando a discussão, a sensibilidade, argumentando e apreciando arte de modo sensível;
• identificar, relacionar e compreender diferentes funções da arte, do trabalho e da produção dos artistas;
• identificar, investigar e organizar informações sobre a arte, reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentes na história das diferentes culturas e etnias;
• pesquisar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas, obras de arte, fontes de comunicação e informação.
Assim sendo, no primeiro segmento do ensino fundamental, os alunos devem ter se apropriado de questões básicas relativas ao conhecimento da arte. De 5ª a 8ª séries, poderão dominar com mais propriedade a expressão artística, realizando seus trabalhos com mais autonomia e reconhecendo com mais clareza que existe contextualização histórico-social e marca pessoal nos trabalhos artísticos. As experiências de aprendizagem devem relacionar os conhecimentos já construídos com as proposições estéticas pessoais e/ou coletivas. De acordo com os PCN,
Essa marca ou estilo próprio agora realizados com intenção, aliados ao prazer em explicitar seus argumentos e proposições poéticas, surgem agora como ingredientes fortes e conscientes e fazem parte dos valores da cultura dos jovens. 
Nos primeiro e segundo ciclos o aluno podia tornar-se consciente da existência de uma produção social concreta e observar que essa produção tem história. Agora, o aluno estabelece conexões com mais clareza entre os trabalhos escolares e a cultura extra-escolar, que envolve os objetos de estudo, tanto no âmbito de sua comunidade como no da produção nacional e internacional à qual tiver acesso. 
Outra marca forte nessa faixa etária é o fortalecimento do conceito de grupo. A criação artística pode, então, ajudar o aluno a compreender o outro - intelectual e afetivamente - e a ter atitudes cooperativas nos grupos de trabalho.
Nesses ciclos o grupo fortalece a identidade artística ao compartilhar valores culturais, ao mesmo tempo que autoriza a expressão de cada indivíduo por meio de sua particularidade.
O reconhecimento do conjunto de valores e da capacidade artística de indivíduos e de grupos, incluídos o próprio aluno e seu grupo, leva à valorização e o respeito à diversidade.Os conteúdos a serem trabalhados nos três eixos – o fazer, o apreciar e o contextualizar - podem levar ao conhecimento da própria cultura, impulsionar a descoberta da cultura do outro e relativizar as normas e valores da cultura de cada um.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS CONTEÚDOS
Tendo em conta os três eixos como articuladores do processo de ensino e aprendizagem, a seleção e a organização dos conteúdos gerais de Artes Visuais, Dança, Música e Teatro consideraram os seguintes critérios:

 conteúdos que favorecem a compreensão da arte como cultura, do artista como ser social e dos alunos como produtores e apreciadores;

• conteúdos que valorizam as manifestações artísticas de povos e culturas de diferentes épocas e locais, incluindo a contemporaneidade e a arte brasileira;

• conteúdos que possibilitam que os três eixos da aprendizagem possam ser realizados com grau crescente de elaboração e aprofundamento.







AVALIAÇÃO EM ARTE

Na disciplina Arte (Artes Visuais, Dança, Música e Teatro) no ensino fundamental, será utilizada a linha de avaliação formativa, que propõe uma interação entre professor, aluno e comunidade escolar, visando à construção do conhecimento através de suas eqüidades. Nesse contexto poderão ser obtidos resultados qualitativos e não somente quantitativos.

Na avaliação formativa, professor e aluno são agentes efetivos do processo educativo em seus vários aspectos:
 Factual, referente aos fatos aprendidos. Uma aprendizagem significativa de fatos envolve sempre associação dos fatos aos conceitos que permitem transformar este conhecimento em instrumento para a concepção e interpretação das situações ou fenômenos que explicam. 
• Conceitual, referente aos conceitos construídos. Resolução de conflitos ou problemas a partir do uso dos conceitos; exercícios que obriguem os alunos a usarem o conceito.
• Comportamental, referente à transformação que fatos e conceitos podem acarretar no comportamento do aluno. O que define sua aprendizagem não é o conhecimento que se tem dele, mas o domínio de transferi-lo para a prática.
• Atitudinal, referente à mudança de atitudes na vida do aluno. A fonte de informação para conhecer os avanços nas aprendizagens de conteúdos atitudinais será a observação sistemática de opiniões e das atuações nas atividades grupais, nos debates das assembléias, nas manifestações dentro e fora da aula, nas visitas, passeios e excursões, na distribuição das tarefas e responsabilidades, durante o recreio, na organização dos espaços, na preocupação com as questões estéticas no dia-a-dia etc. 
Para que sejam obtidos resultados significativos no processo educacional, é preciso que esses aspectos sejam interagentes, uma vez que a construção do conhecimento é um movimento dinâmico.
As estratégias de avaliação em Arte podem ser as mais variadas e deverão ser selecionadas pelo professor, dependendo de sua disponibilidade e da infra-estrutura física que a escola oferece. 
O conhecimento e a expressão em Arte supõem o domínio de conceitos e termos técnicos na área. Para saber Arte, o aluno deve incorporar em seu vocabulário alguns termos específicos, bem como saber interrelacioná-los. A aferição desse vocabulário propiciará meios para que ele possa tanto pensar como fazer e apreciar Arte.
A avaliação formativa deve ser constante no processo educacional. Ao ser escolhida como o método de avaliação em Arte, deixa-se claro que ela deverá ser utilizada de forma coerente e estruturada, de modo que se tenha um ensino de Arte comprometido com a construção de conhecimento e o envolvimento com sentimentos e emoções, com a possibilidade de expressão individual e coletiva.
Insiste-se que, o mais breve possível, todas as escolas tenham sua sala-ambiente de Arte (Artes Visuais, Dança, Música e Teatro), a fim de que o professor possa exercer todas as atividades do processo educacional, dentro dos padrões básicos exigidos para as escolas de ensino básico.
Em termos avaliativos, a sala-ambiente proporciona a/o professor e a/o aluno uma integração vivenciadora da realidade artística, oferecendo oportunidade de uma aprendizagem consciente e crítica em relação à arte, pois suas emoções, a sensibilidade, o pensamento, a criatividade estarão motivando-os à construção de seu conhecimento artístico.
• Criar formas artísticas por meio de poéticas pessoais.
Com este critério pretende-se avaliar se o aluno produz com liberdade e marca individual em diversos espaços, utilizando-se de técnicas, procedimentos e de elementos da expressão visual, gestual e/ou sonora. Pretende-se, ainda, avaliar as produções individuais e coletivas em sua forma de apresentação final, levando em conta a pertinência e a eficácia dos recursos e procedimentos utilizados.
• Estabelecer relações com o trabalho de arte produzido por si, por seu grupo e por outros.
Com este critério pretende-se avaliar se o aluno sabe identificar e argumentar criticamente sobre seu direito à criação, respeitando os direitos, valores e gostos de outras pessoas da própria cidade e de outras localidades, conhecendo-os e sabendo interpretá-los.
• Identificar os elementos da expressão artística e suas relações em trabalhos artísticos e na natureza.
Com este critério pretende-se avaliar se o aluno conhece, analisa e argumenta de forma pessoal a respeito das relações que ocorrem a partir das combinações de alguns elementos do discurso dos próprios trabalhos, nos dos colegas e em objetos e imagens que podem ser naturais ou fabricados, produzidos em distintas culturas e diferentes épocas.
• Conhecer e apreciar vários trabalhos e objetos de arte por meio das próprias emoções, reflexões e conhecimentos e reconhecer a existência desse processo em jovens e adultos de distintas culturas. 
Com este critério pretende-se avaliar se o aluno conhece, sabe apreciar e argumentar sobre vários trabalhos, com senso crítico e fundamentos, observando semelhanças e diferenças entre os modos de interagir e apreciar arte em diferentes grupos culturais.
• Valorizar a pesquisa e a freqüentação junto às fontes de documentação, preservação, acervo e veiculação da produção artística.
Com este critério pretende-se avaliar se o aluno valoriza a pesquisa, conhece e observa a importância da documentação, preservação, acervo e veiculação da própria cultura e das demais em relação aos espaços culturais, ao planejamento urbano, à arquitetura, como bens artísticos e do patrimônio cultural.
CONTEÚDO BÁSICO COMUM DE ARTE
A seleção dos conteúdos específicos de Artes Visuais, Dança, Música e Teatro dependerá dos conhecimentos trabalhados nos ciclos ou séries anteriores e dos investimentos de cada escola. Os professores de Artes Visuais, Dança, Música e Teatro devem fazer um diagnóstico do grau de conhecimento de seus alunos e procurar saber o que já foi aprendido, a fim de dar continuidade ao processo de educação em cada modalidade artística.
Os conteúdos aqui relacionados estão descritos separadamente para garantir presença e profundidade das formas artísticas nos projetos educacionais. No entanto, os professores poderão reconhecer as possibilidades de interseção entre elas para o seu trabalho em sala de aula, assim como com as demais áreas do currículo. 
A critério das escolas e respectivos professores, sugere-se que os projetos curriculares se preocupem em variar as formas artísticas propostas ao longo da escolaridade, quando serão trabalhadas Artes Visuais, Dança, Música e Teatro.
Os conteúdos de Arte estão organizados de maneira que possam ser trabalhados ao longo da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental. A apresentação dos conteúdos gerais tem por finalidade encaminhar os conteúdos específicos das expressões artísticas Artes Visuais, Dança, Música e Teatro, que serão definidos mais adiante. São eles:
•Elementos básicos das expressões artísticas, modos de articulação formal, técnicas, materiais e procedimentos na criação em arte.
•Produtores de arte: vidas, épocas e produtos em conexões.
•A arte como expressão e discurso dos indivíduos.
•Diversidade das formas de arte e concepções estéticas da cultura regional, nacional e internacional: produções e suas histórias.
•A arte na sociedade, considerando os artistas, os pensadores da arte, outros profissionais, as produções e suas formas de documentação, preservação e divulgação em diferentes culturas e momentos históricos
É importante, ainda, desenvolver conteúdos e temas ligados à postura do aluno em relação a questões sociais, relações intersubjetivas na aprendizagem, primordialmente ligados aos sentimentos humanos que, articulados aos conceitos e demais conteúdos da área de Arte, humanizam as ações de aprender:
• Interesse e respeito pela própria produção, dos colegas e de outras pessoas.
• Disponibilidade e autonomia para realizar e apreciar produções artísticas, expressando idéias, valorizando sentimentos e percepções.
• Desenvolvimento de atitudes de autoconfiança e autocrítica nas tomadas de decisões em relação às produções pessoais e aos posicionamentos em relação a artistas, obras e meios de divulgação das artes.
• Valorização das diferentes formas de manifestações artísticas como meio de acesso e compreensão das diversas culturas.
• Identificação e valorização da arte local e nacional, inclusive obras e monumentos do patrimônio cultural.
• Reconhecimento da importância de freqüentar instituições culturais onde obras artísticas sejam apresentadas.
• Interesse pela história da arte.
• Valorização da capacidade lúdica, da flexibilidade, do espírito de investigação e de crítica como aspectos importantes da experiência artística.
• Sensibilidade para reconhecer e criticar manifestações artísticas manipuladoras, que ferem o reconhecimento da diversidade cultural e a autonomia e ética humanas.
• Atenção ao direito de liberdade de expressão e preservação da própria cultura.
O ideal é que o horário obrigatório seja usado para que os conteúdos/habilidades específicos de uma determinada área de expressão sejam privilegiados e que sejam utilizados outros horários curriculares para o desenvolvimento de outras expressões artísticas e a criação de grupos. Dependendo das condições, num primeiro momento, podem ser escolhidas as áreas artísticas a serem trabalhadas na escola. É bom lembrar que é preferível que o aluno tenha um ensino consistente em duas ou três áreas de expressão que um ensino deficitário em todas.
Nesse sentido, os tópicos obrigatórios são referenciais para que o professor aborde os assuntos. Dentre eles, o professor poderá escolher os conteúdos que tem condições para desenvolver mais detalhadamente, através dos tópicos complementares, e contribuir significativamente para a aprendizagem dos alunos em Arte. Como já foi dito, para os conteúdos que não são de domínio do professor será preciso um esforço do professor e da escola para conseguir membros da comunidade que dominem o assunto e possam colaborar no processo de ensino/aprendizagem dos alunos em Arte, como agentes informadores. Mas é muito importante que a escola monte o quanto antes seu quadro de professores com especialistas em cada uma das áreas de expressão, pois é no ensino fundamental que será dada a base de conhecimento em Arte para que o aluno possa, no ensino médio, desenvolver trabalhos mais avançados.
CONTEÚDO BÁSICO COMUM DE ARTE
EIXO TEMÁTICO I: CONHECIMENTO E EXPRESSÃO EM ARTES VISUAIS
Nos dias de hoje, a imagem visual tem uma inserção cada vez maior na vida das pessoas. Imagens nos são apresentadas e reapresentadas a todo momento, num misto de criação e recriação. Nesse contexto, é importante desenvolver a competência de saber ver e analisar imagens, para que se possa, ao produzir uma imagem, fazer com que ela tenha significação tanto para o autor quanto para quem vai vê-la. Nesse sentido, é preciso conhecer a produção artística visual já existente, tanto a internacional quanto a nacional, regional e local, da comunidade, dando-lhe o devido valor.
Os modos de produção e de conhecimento de imagens são bastante diversificados. Entre os meios eletrônicos e os tradicionais, há uma variedade bastante grande de possibilidades a serem exploradas e usadas. Construir conhecimentos que ajudem as escolhas dentre essas possibilidades é extremamente importante para a inserção do aluno no contexto contemporâneo de produção e fruição visual. Isso só pode acontecer se for trabalhado, com o aluno, o pensamento crítico aliado ao pensamento artístico.
Também é essencial o conhecimento das possibilidades de uso dos diversos instrumentos de produção artística, ficando bem claro que esse conhecimento não deve ser fim em si mesmo, mas um meio para que se consiga ver, significar e produzir arte. As artes visuais, além das formas tradicionais — pintura, escultura, desenho, gravura, objetos, cerâmica, cestaria, entalhe etc. —, incluem outras modalidades que resultam dos avanços tecnológicos e transformações estéticas do século XX: fotografia, artes gráficas, cinema, televisão, vídeo, computação, performance, holografia, design, arte em computador. Neste início de século XXI, o que se apresenta é a possibilidade de aprofundamento no saber de cada uma dessas modalidades artísticas e de redimensionamento das relações possíveis com elas. Cada uma dessas modalidades artísticas tem a sua particularidade e é utilizada em várias possibilidades de combinações, por intermédio das quais os alunos podem expressar-se e comunicar-se entre si e com outras pessoas de diferentes maneiras.
No mundo contemporâneo as expressões visuais ampliam-se, fazendo novas combinações e criando novas modalidades. A multimídia, a performance, o videoclipe e o museu virtual são alguns exemplos em que a imagem integra-se ao texto, som e espaço.
O ensino de artes visuais requer entendimento sobre os conteúdos, materiais e técnicas com os quais se esteja trabalhando, assim como a compreensão destes em diversos momentos da história da arte, inclusive na arte contemporânea. Para tanto, a escola deve colaborar para que os alunos passem por um conjunto amplo de experiências de aprender e criar, articulando percepção, imaginação, sensibilidade, conhecimento e produção artística pessoal e coletiva
O desenvolvimento do aluno nas expressões visuais requer, então, aprendizagem de técnicas, procedimentos, informações sobre história da arte, artistas e sobre as relações culturais e sociais envolvidas na experiência de fazer e apreciar arte. Sobre tais aprendizagens o jovem construirá suas próprias representações ou idéias, que transformará ao longo do desenvolvimento, à medida que avança no processo educacional.
Em artes visuais, a escola não pode separar as experiências do cotidiano do aprender individual e coletivo. Entende-se o estudante na escola como um produtor de cultura. A escola deve incorporar o universo jovem, trabalhando seus valores estéticos, escolhas artísticas e padrões visuais. No entanto, se, por um lado, não se pode imaginar uma escola que mantenha propostas educativas em que o universo cultural do aluno fique fora da sala de aula, por outro, não se pode permitir uma escola que não proporcione ao aluno o acesso às formas mais complexas de arte. 
A escola também deve ter propostas de orientação para jovens que ampliem seu repertório estético e os ajudem a posicionar-se criticamente sobre questões da vida artística e social do cidadão.
OBJETIVOS 
 expressar, representar idéias, emoções, sensações por meio da articulação de poéticas pessoais, desenvolvendo trabalhos individuais e coletivos;
• construir, expressar e comunicar-se em artes visuais articulando a percepção, a imaginação, a memória, a sensibilidade e a reflexão, observando o próprio percurso de criação e suas conexões com o de outros;
• reconhecer, diferenciar e saber utilizar com propriedade diversas técnicas de arte, com procedimentos de pesquisa, experimentação e discurso próprios;
• desenvolver nos jovens a capacidade de leitura audiovisual através de projeções de produtos audiovisuais, visando estabelecer sua capacidade de análise para a área e a compreensão dos elementos específicos do discurso audiovisual;
• desenvolver uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal, relacionando a própria produção com a de outros, valorizando e respeitando a diversidade estética, artística e de gênero;
• desenvolver possibilidades técnicas de fabricação artesanal de equipamentos fotográficos e de projeções de imagens estáticas e/ou em movimento para compreensão das técnicas utilizadas nos mesmos;
• incentivar a criação de grupos de estudo e de utilização de novas tecnologias na área audiovisual;
• conhecer, relacionar, apreciar objetos, imagens, concepções artísticas e estéticas — na sua dimensão material e de significação —, criados por produtores de distintos grupos étnicos em diferentes tempos e espaços físicos e virtuais, observando a conexão entre essas produções e a experiência artística pessoal e cultural do aluno;
• freqüentar e saber utilizar as fontes de documentação de arte, valorizando os modos de preservação, conservação e restauração dos acervos das imagens e objetos presentes em variados meios culturais, físicos e virtuais, museus, praças, galerias, ateliês de artistas, centros de cultura, oficinas populares, feiras, mercados etc.
EIXO TEMÁTICO II: CONHECIMENTO E EXPRESSÃO EM DANÇA
Sabemos que as ações físicas têm grande significado para os jovens. Seus movimentos, às vezes aparentemente exagerados, podem traduzir a vontade de dominar um espaço ainda desconhecido e instigante ou buscar relações possíveis entre seu corpo, o mundo e um modo de existir.
É freqüente se justificar que a dança deve estar presente no currículo dos ensinos fundamental porque todos têm o dom natural e espontâneo de dançar, pois no dia-a-dia o corpo e o movimento estão sempre presentes. Essas afirmações, muitas vezes, acabam por fazer com que a dança não esteja presente na escola ou, então, seja apenas uma atividade sem muito sentido no âmbito escolar. Relegada, na grande maioria dos casos, a festas e comemorações, ou à imitação de modelos televisivos, freqüentemente ignoram-se os conteúdos socioafetivos e culturais presentes tanto nos corpos como nas escolhas de movimentos, coreografias e/ou repertórios, eximindo os professores de qualquer intervenção para que a dança possa ser dançada, vista e compreendida de maneira crítica e construtiva.
Estudos sociológicos e antropológicos em relação à construção do corpo em sociedade comprovam que, por razões diversas, muitos não possuem o movimento nato ou a dança no sangue, como se alega. Na sociedade contemporânea, não se pode tampouco ignorar a presença da dança virtual, que se relaciona com os corpos físicos de maneira totalmente distinta da dos antepassados. Assim, não se tem, necessariamente, um corpo que se movimenta no tempo e no espaço sempre que se dança. 
Dessa forma, a escola pode desempenhar papel importante na educação dos corpos e do processo interpretativo e criativo de dança, pois dará aos alunos subsídios para melhor compreender, desvelar, desconstruir, revelar e, se for o caso, transformar as relações que se estabelecem entre corpo, dança e sociedade. Essa função da escola torna-se ainda mais relevante, pois os alunos do ensino fundamental já tomam, mais claramente, consciência de seus corpos e das diversas histórias, emoções, sonhos e projetos de vida que neles estão presentes.
Encarregada não de reproduzir, mas de construir conhecimento em dança e por meio da dança com seus alunos, a escola pode proporcionar parâmetros para a apropriação crítica, consciente e transformadora dos seus conteúdos específicos. Com isso, poderá trabalhá-la como forma de conhecimento e elemento essencial para a educação do ser social que vive em uma cultura plural e multifacetada como a nossa. A escola tem a possibilidade de fornecer subsídios práticos e teóricos para que as danças que são criadas e aprendidas possam contribuir na formação de indivíduos mais conscientes de seu papel social e cultural na construção de uma sociedade democrática.
Para tanto, há necessidade de orientações didáticas que estejam comprometidas com a realidade sociocultural brasileira e com valores éticos e morais que permitam a construção de uma cidadania plena e satisfatória. A pura reprodução/ensaio de danças folclóricas na escola, por exemplo, pode ser tão alienante e opressora quanto repertórios do balé clássico, ensinados mecânica e repetidamente. Do mesmo modo, a dança chamada criativa ou educativa pode, dependendo de como for ensinada, isolar os alunos do mundo e da realidade sociopolítica e cultural que os cerca.
É importante que o corpo não seja tratado como instrumento ou veículo da dança. O corpo é conhecimento, emoção, comunicação, expressão. Ou seja, o corpo somos nós e nós somos o nosso corpo. Portanto, o corpo é a nossa dança e a dança é o nosso corpo. Graças à imensa variedade de corpos existentes em nossa sociedade, serão dados temperos diferentes às danças criadas quer pelo grupo classe, quer pelo professor ou pela sociedade (no caso dos repertórios das culturas). É esta uma das grandes riquezas e contribuições da dança no processo educacional: a possibilidade de conhecer, reconhecer, articular e imaginar a dança em diferentes corpos, e, portanto, com diferentes maneiras de viver em sociedade.
A dança inserida no contexto educacional deve propiciar o desenvolvimento da consciência corporal dos indivíduos e, ao trabalhar o corpo, estar se apropriando de um espaço em que a história de cada um está registrada, possibilitando reativar a memória coletiva e conseqüentemente valorizar os aspectos fundamentais de sua cultura.
OBJETIVOS
• construir uma relação de cooperação, respeito, diálogo e valorização das diversas escolhas e possibilidades de interpretação e de criação em dança que ocorrem em sala de aula e na sociedade;
• aperfeiçoar a capacidade de discriminação verbal, visual, sonora e cinestésica e de preparo corporal adequado em relação às danças criadas, interpretadas e assistidas;
• situar e compreender as relações entre corpo, dança e sociedade, principalmente no que diz respeito ao diálogo entre a tradição e a sociedade contemporânea;
• buscar e saber organizar, registrar e documentar informações sobre dança em contato com artistas, documentos, livros etc., relacionando-os a suas próprias experiências pessoais como criadores, intérpretes e apreciadores de dança.
EIXO TEMÁTICO III: CONHECIMENTO E EXPRESSÃO EM MÚSICA
A música, manifestação estética do homem, acompanha-o em toda sua história, nos momentos mais diversos de sua vida, tais como rituais, festas, celebrações, no trabalho ou no puro prazer de produzi-la ou ouvi-la. Músicas estão em nossa memória e nos acompanham quando mudamos de um lugar para outro e são transmitidas de geração a geração. Esse seu caráter fluido e imaterial, pois não necessita de um suporte físico para seu registro, nos ajuda a preservar nossa identidade como grupo étnico e de resistência. Além disso, a música adquire um caráter dinâmico, pois, ao ser transmitida oralmente, sofre alterações e a mesma música pode se diferenciar de região para região. Isso se deve à musicalidade que está em nós e se manifesta através da voz cantada ou falada, dos sons, dos ritmos e dos movimentos de nosso corpo, que aprendemos a dominar desde que nascemos.
Ao longo do tempo, foram criados símbolos gráficos para anotações das músicas criadas, para que as mesmas pudessem ser reproduzidas com maior fidelidade. Esses símbolos foram sendo modificados e hoje temos um verdadeiro alfabeto musical, como também uma grande diversidade de meios e modos de anotar as músicas, tanto símbolos gráficos como meios eletrônicos e eletroacústicos
Dado o desenvolvimento tecnológico atual aplicado às comunicações, nunca se produziu e consumiu tanta música. Essas produções, que nem sempre são decorrentes das necessidades dos grupos e/ou indivíduos, muitas vezes são manipuladas por empresas e meios de comunicação e se transformam em produtos de massa significativos. Em meio ao universo sonoro em que estamos mergulhados, torna-se difícil discernir o que é significativo ou não para nossos jovens. Por outro lado, o avanço tecnológico permitiu também, por meio de diferentes formas de gravação e transmissão e via Internet, um contato imediato com as produções musicais de diferentes partes do planeta, de diferentes épocas e etnias.
Portanto, uma proposta de ensino de música nas escolas públicas tem que levar em consideração essa diversidade e propiciar a todos os alunos uma vivência e reflexão dos elementos básicos e fundamentais da música, bem como promover uma audição ativa e crítica de diferentes gêneros e estilos musicais, de diferentes épocas, valorizando os aspectos formais, estéticos, históricos e contextuais em que essas músicas foram criadas
O valor da música na educação tem sido amplamente estudado, pesquisado e comprovado em experiências e práticas nas escolas de várias partes do mundo. Howard Gardner (1) identifica a inteligência musical como uma das sete aptidões intelectuais autônomas, as quais ele chama de “inteligências humanas”. Suzanne Langer (apud Lehmann (2)), ao se questionar “por que a música é tão atraente para as pessoas”, afirma que ela é um dos mais poderosos e profundos sistemas de símbolos que existem, ao lado da linguagem, da literatura e da matemática. Do mesmo modo que é imprescindível conhecer a dimensão simbólica desses sistemas, todas as pessoas deveriam conhecer também a dimensão simbólica da música. Ressalta ainda que a capacidade de criar símbolos e a obsessão em utilizá-los é o que torna a humanidade especialmente humana. Segundo a autora, a música não é um mero adorno da vida: é uma manifestação básica do ser humano.
Pouca atenção é atualmente dispensada à música nas escolas brasileiras como elemento de grande valor formativo para o desenvolvimento integrado do ser humano. Isso se manifesta na enorme carência de atividades musicais adequadas aos jovens e na deficiência da formação do professor, que não tem em seu currículo a música como disciplina integradora. 
Considera-se ainda que é fundamental e urgente a implantação de um currículo que pretende a formação musical básica dos jovens e, conseqüentemente, a ampliação de seu universo cultural, capacitando-os para reconhecer e respeitar as diferenças culturais e étnicas, como também a diversidade musical de nosso país.
Finalmente, enfatiza-se que a melhoria de qualidade no desempenho escolar geral dos jovens será uma das mais significativas conseqüências da retomada e reinserção do ensino da música na vida escolar em Minas Gerais, além de promover o reconhecimento de valores éticos e estéticos intrínsecos à música e a apropriação do patrimônio cultural do nosso país, contextualizado no espaço e no tempo.
OBJETIVOS
• Oferecer aos jovens, quaisquer que sejam suas aptidões, a oportunidade de lidar com a música em seus aspectos rítmico, melódico, harmônicos, formais e expressivo, fundamentais para a estruturação e o desenvolvimento do pensamento abstrato e do raciocínio lógico.
• Valorizar as criações musicais tradicionais e atuais (locais, regionais, nacionais e internacionais), ampliando o repertório musical dos jovens, para que possam apropriar-se da música como bem cultural significativo para sua formação e fruição.
• Inserir o ensino da música como disciplina no currículo das escolas que participam do Programa de Desenvolvimento Profissional (PDP), levando-se em conta o contexto cultural de cada uma das regiões onde for implantado.
• Criar grupos musicais instrumentais e/ou vocais para execução de músicas especialmente criadas e/ou arranjadas pelos alunos e/ou professores.
• Criar trilhas sonoras para diferentes manifestações de dança, teatro e audiovisual.
EIXO TEMÁTICO IV: CONHECIMENTO E EXPRESSÃO EM TEATRO
As ações cotidianas têm potencialmente contidas em si o ato de dramatizar. Seja através de gestos ou imagens, como também pela utilização da palavra falada e dos sons, a ação dramática se manifesta nos processos de expressão e comunicação em todas as sociedades humanas. Motivadas pela necessidade de compreender e atuar sobre a realidade, essas ações implicam em um conjunto de jogos que muitas vezes não são imediatamente percebidos, por serem incorporados em nossa vida diária. Esses jogos ocupam lugar importante na vida social das pessoas. Na interação com o outro, por meio de um simples gesto, cumprimento ou em situações mais complexas, podemos percebê-los como manifestações individuais ou coletivas, adquirindo as mais variadas funções e significados em diferentes culturas e sociedades. Ao participarmos de celebrações, festas e acontecimentos diversos, durante o transcorrer das mesmas percebemos, como espectadores/atores, que esses jogos que se somam às ações dramáticas tornam-se espetáculo.

Porém, o teatro não emerge apenas das ações do cotidiano, das celebrações ou festas, mas, e sobretudo, através da expressão do imaginário por meio da representação ou ações dramáticas. Dramatizar não é apenas uma realização de necessidades sociais dos indivíduos ou grupos, mas também uma atividade expressiva de seu imaginário. Por isso, o teatro na educação, segundo os PCN, cumpre não só uma função integradora, mas dá ao jovem a oportunidade de se apropriar crítica e construtivamente dos conteúdos sociais e culturais de sua comunidade mediante troca com seus semelhantes. 
Ao criar situações e interpretar um personagem por meio do teatro, o jovem está ao mesmo tempo se distanciando de uma realidade (sua) cotidiana e experimentando uma outra (do personagem), vivenciando questões fundamentais do personagem e tirando para si os ensinamentos necessários para a compreensão do outro, do entorno e do contexto existencial e cultural em que está atuando. Segundo Ingrid Koudela,
“Se aceitarmos que a atitude estética é decorrência de uma necessidade básica do ser humano que é a versão simbólica da experiência, o caráter de distanciamento da vida corrente não significa evasão ou substituição do real por uma esfera fantasiosa, mas evocação de uma realidade na ausência de qualquer objetivo habitual”. (3)
OBJETIVOS
• Propiciar vivências que possibilitem reconhecer, diferenciar e utilizar os elementos que fundamentam a o discurso teatral.
• Identificar, reconhecer e valorizar as diferentes manifestações teatrais de grupos e/ou comunidades de diferentes culturas e de diferentes épocas.
• Inserir o ensino do teatro como disciplina no currículo das escolas que participam do Programa de Desenvolvimento Profissional.(PDP), levando-se em conta o contexto cultural de cada uma das regiões onde for implantado.
• Estimular a busca do conhecimento da expressão teatral e da dramaturgia tradicional e contemporânea.
• Criar grupos para representações teatrais tendo como referência a dramaturgia tradicional e contemporânea bem como peças criadas pelo grupo.